Para-atletas pernambucanos caminham firmes no mundo esportivo
Jucélio de Souza e Carlos André do Nascimento vão competir no Nacional de Atletismo
Além da força, da velocidade, da técnica e da concentração necessários para praticar o lançamento de dardo, o pernambucano Jucélio de Souza (fotos 1 e 2) precisa driblar a paralisia obstétrica que atinge seu braço e que o acompanha desde o parto. Junto com o para-atleta Carlos André do Nascimento (fotos 3 e 4), eles treinam firme para alcançar marcas importantes e conquistar espaço no mundo esportivo.
Foi assistindo a programas esportivos que Jucélio de Souza sentiu vontade de participar das competições. “Era um sonho que eu tinha e a situação minha de deficiência não atrapalha em nada, né?”, afirma. Com toda essa determinação, ele garantiu uma vaga na competição nacional de arremesso de dardo. “Eu me classifiquei para o Brasileiro fazendo o índice no Regional Norte-Nordeste, realizado lá em Fortaleza. Com muita de dedicação e muito treino, estou tentando agora me classificar para a segunda etapa”, festeja.
Além da classificação, o pernambucano conseguiu também ser o melhor do Brasil até agora na modalidade, com a marca de 31,18m. No Brasileiro, ele vai passar por três etapas: a primeira será dia 2 de agosto, em Fortaleza (CE); a segunda, em São Paulo (SP)e a terceira, em Porto Alegre (RS).
Em sua melhor performance, Jucélio de Souza atingiu 32,08m, no Festival de Lançamento de Dardo, em fevereiro deste ano, aqui no Recife. O para-atleta vive uma luta diária para permanecer no esporte. Sem patrocínio e sem emprego, é aqui na pista do Núcleo de Educação Física da Universidade Federal de Pernambuco, na Várzea, que ele busca seus objetivos. “Eu moro em São Lourenço da Mata e saio de casa mais ou menos meio-dia e meia para estar aqui às 14h, todos os dias, treinando para conseguir realizar esse meu sonho”, acredita.
Outro que também não mede esforços em busca dos sonhos é o para-atleta Carlos André do Nascimento. “Eu pratico atletismo, nas provas de campo de disco, dardo e peso, na qual fui classificado com dois índices no Regional, mês passado, e consegui índice no disco e no dardo, superando as marcas que foram determinadas pelo Comitê Para-olímpico”, ressalta.
Os índices alcançados por André impressionam: na modalidade disco, ele atingiu 24,58m, 4,84m a mais que o mínimo exigido. Morador do bairro do Vasco da Gama, todos os dias pratica basquete pela manhã e arremessos à tarde. Ele treina numa cadeirinha especial, devido à poliomielite que teve aos 5 anos de idade. Aos 17, começou a praticar esporte e não parou mais “Quando comecei, ninguém dava nada por mim, nem mesmo o professor. Com minha força de vontade, primeiramente graças a Deus, eu consegui chegar a um topo”, comemora o competidor.
FONTE: Globo Esporte
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