Projetos estaduais foram divulgados à sociedade na segunda-feira (13); obras com recursos municipais e do PAC da Mobilidade estão em curso
A série de obras de mobilidade urbana no Recife prevê a construção de corredores viários, de conjuntos habitacionais, projeto de saneamento básico, recuperação de duas rodovias e a criação de corredores exclusivos para transporte públicos. Os investimentos somam R$ 1,6 bilhão, vindos das administrações estadual e municipal e dos programas de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade e da Copa.
O objetivo é preparar a cidade para receber turistas nacionais e internacionais durante a Copa do Mundo de 2014 e beneficiar a população local após o evento esportivo. Entre as principais obras na esfera municipal, o principal é sistema viário chamado Via Mangue, composto por faixas de rolamento para veículos, calçadas para pedestres e ciclovia.
"Serão mais de 4,7 quilômetros de extensão, no sentido Centro até Boa Viagem. No sentido contrário, a via terá 4,3 quilômetros. A execução desse trecho vai englobar a construção de dois elevados por sobre a Rua Antônio Falcão, em Boa Viagem; de oito pontes; duas alças de acesso; alargamento da Ponte Paulo Guerra e do Viaduto Capitão Temudo, e de um pequeno túnel", disse Sílvio Bom Pastor, secretário executivo da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), no Recife.
A primeira etapa da Via Mangue da obra começou em abril de 2011 e deve ser concluída em 30 meses. O custo total é de R$ 434 milhões, em parceria da prefeitura com o governo Federal, que conta com recursos do Orçamento Geral da União (OGU), por meio do PAC da Mobilidade.
"Vamos precisar deslocar 1,2 mil famílias que vivem na região das comunidades Xuxa e Deus nos Acuda. Serão três conjuntos habitacionais, sendo que um deles já foi entregue, em abril de 2010, para 352 famílias. São onze unidades com 32 apartamentos. Ainda estamos negociando as indenizações para 200 famílias pelas desapropriações que serão necessárias. Para essa etapa, foram investidos R$ 16 milhões", disse Pastor.
Os outros dois habitacionais, Via Mangue I e II, estão em construção desde 2008. O investimento é de R$ 29,4 milhões e a expectativa da Prefeitura Municipal do Recife é de entregá-los no segundo semestre de 2011. As construções abrigarão famílias que moravam nas comunidades Beira Rio, Jardim Beira Rio, Pantanal e Deus nos Acuda.
Velocidade máxima
Segundo a prefeitura, a Via Mangue, quando estiver pronta, será a primeira via expressa do Recife, com velocidade média de 60km/h. Ela não terá semáforos ou cruzamentos. "Também servirá como cinturão de proteção do manguezal do Rio Pina, porque vamos tirar as moradias que estavam sobre o mangue e evitar o despejo direto de esgoto doméstico como ocorria antes. Pronto, o sistema ainda vai permitir a implantação de um corredor exclusivo de ônibus no corredor Norte-Sul", disse Pastor.
Por conta das obras viárias, uma área de 221 hectares receberá ações de saneamento integrado com a implantação de rede de saneamento, estações elevatórias e emissários de esgoto. "Vamos contribuir com a recuperação do meio ambiente, já que o esgoto doméstico de quem vivia na área era jogado direto no manguezal", afirmou o secretário executivo da Secopa. O investimento é de R$ 74,3 milhões.
Parceria entre governos Estadual e Federal
As obras de mobilidade urbana sob a responsabilidade do governo de Pernambuco estão relacionadas ao transporte público e têm objetivo de melhorar o trânsito no Recife e Região Metropolitana. As intervenções também vão viabilizar o acesso a São Lourenço da Mata (PE), onde está a arena pernambucana da Copa do Mundo de 2014. Todas estão em fase de licitação e algumas ainda passam por estudos técnicos.
Na próxima segunda-feira (13), os projetos de Mobilidade Urbana serão apresentados ao público em audiência pública promovida pela Secretaria das Cidades, no Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE). Após a audiência, o governo estadual terá 15 dias úteis para publicar o edital de licitação dos projetos.
Parte dos recursos para execução dessas obras está garantida pelo PAC da Copa (cerca de R$ 347 milhões) e o restante está sendo objeto de captação também no PAC da Mobilidade e com o governo do estadual.
Obras
Entre os projetos estão o corredor Leste-Oeste, que vai da Praça do Derby até a Estação Cosme Damião, na Cidade da Copa, com custo estimado de R$ 225 milhões. O corredor Norte Sul, entre Igarassu (PE) e Recife, tem custo de R$ 332 milhões. Outros R$ 480 milhões serão destinados a obras de recuperação da rodovia BR-101.
Segundo Gilberto Pimentel, secretário executivo de Relações Institucionais da Secopa, os três trechos terão corredores exclusivos de ônibus, tipo BRT (Bus Rapit Transit), também chamado de TRO (Transporte Rápido de Ônibus). "Os veículos vão circular em vias exclusivas, o embarque e desembarque serão feitos em estações menores e a tarifa será cobrada antes de o passageiro entrar no veículo."
Os corredores de transporte público a serem construídos na Avenida Norte e no corredor Norte-Sul, que liga o Tacaruna à zona Sul da Região Metropolitana, ainda está em fase de estudo. O Consórcio Galvão Engenharia, Construtora Norberto Odebrecht e Odebrecht Transport ainda vai indicar o modelo de transporte a ser usado no trecho. As opções são o BRT ou o Monotrilho (trem montado sobre um único trilho, elevado por colunas de concreto).
A rodovia PE-05 será recuperada em obra orçada em R$ 68 milhões. A Radial da Copa, também chamada de Acesso à Copa, terá investimento de R$ 95 milhões.
De acordo com a Secretaria das Cidades, cada obra deve demorar cerca de 24 meses para serem concluídas.
Redação do G1
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